Qual um mendigo que chora,
batendo a tua porta, implora
De porta em porta, mendigando o pão,
sobras, migalhas, pálido mendigo
arrasta os passos trôpegos no chão
em busca de alimento, paz e abrigo.
Assim, também, meu triste coração
falto de amor, sem ter um ombro amigo,
sem paz, afeto, sonhos ou ilusão,
sua dor foi carpindo ao desabrigo.
Em cada peito ele buscou calor,
em cada coração, buscou o amor,
mas só colheu amores infiéis.
Hoje, alquebrado por seu padecer,
vem rastejante e humilde recolher
os sobejos de amor junto a teus pés.
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)
Nenhum comentário:
Postar um comentário