Eterno sonhador, vivi no paraíso
do sonho, da ilusão e do intérmino encanto.
A vida era uma festa e no rosto um sorriso
alegre iluminava a minha alma. No entanto,
hoje com a velhice, aquele alegre riso
sumiu da minha face e deu lugar ao pranto.
Sei que Átropos virá, implacável, preciso
prosseguir meu caminho, onde agora, diviso
na linha do horizonte, o fim, inexorável
termo. Procuro, então, sorrir e ser amável,
mostrando-me feliz nos momentos tristonhos.
E na espera que a parca a mortalha conclua,
eu vou seguindo só na estrada fria e nua
deixando atrás de mim crepúsculos de sonhos.
Autoria: Romildes de Meirelles
(Soneto do livro ENTARDECER)
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