Sofro na vida qual fosse,
dos males do mundo, o centro:
Por fora pareço doce,
mas sou amargo por dentro!
Ah!... Quem me vê sorrindo nem sequer
percebe aquilo que minha alma sente.
O meu olhar esconde sorridente
o amargo fel que estou sempre a beber!
Ninguém consegue, mesmo, perceber
o que se passa no âmago da gente.
Mostrar feliz o rosto, alegremente,
esconde, às vezes, trágico viver.
Apesar de risonho ouso afirmar
que minha vida é cheia de tristeza
e guardo na alma funda cicatriz.
Sou como as árvores do meu pomar:
de doces frutos, raras em beleza...
“... o fruto é doce... amarga é a raiz!..."
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)