Depois de ti o caos, o fim, o nada!...
Todo o Universo não fará sentido...
só o desamor, o tédio e a solidão
existirão no mundo corrompido.
As flores sem perfume murcharão,
não haverá mais pássaros cantores,
só abutres e corvos voarão
no mundo, então, repleto só de horrores!...
Depois de ti o mar não deixará
na areia o seu rendado véu de espumas...
Os rios parados... mortas as cascatas...
e a terra sempre envolta em densas brumas.
Depois de ti a noite negra e triste
não mais verá o brilho do luar...
estrelas apagadas no infinito
quebrarão a harmonia milenar!...
Depois de ti jamais verei alguém,
somente sombras... sombras... e mais nada!
no coração a mágoa, a angústia e a dor...
depois de ti – minh’alma amargurada
Depois de ti, meu mundo ruirá,
depois de ti, o amor não mais existe,
e, no silêncio em noites tenebrosas,
se ouvirão versos deste bardo triste!...
Depois de ti, no peito angustiado
algo haverá maior do que o Universo,
algo tão grande, e puro, e tão sublime,
que não posso cantar neste meu verso.
Algo maior que a Lua, e a Terra, e o Sol,
maior que o céu em sua imensidade;
depois de ti, meu bem, dentro em meu peito
terei a dor imensa da saudade.
Autoria: Romildes de Meirelles
(Poema do livro ENTARDECER)
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