quinta-feira, 28 de julho de 2016

Angústia


Pintura de FRNANCISCO SANCHIS CORTES



Ontem, a solidão que me oprimia
é hoje a angústia que me esmaga o peito.
Eu sinto que minha mente se esvazia,
e tenho o coração quase desfeito.

Quero pensar. O pensamento fia
um tecido de ideias; contrafeito
vejo-o desmoronar, como magia.
Volto a pensar, revolvo-me no leito

e persigo uma ideia tenazmente,
mas nada permanece em minha mente,
e este vazio atroz me tira a calma.

Quero escrever, porém a solidão
torna vazio o peito, o coração,
vazia a mente e mais vazia a alma.

Autoria: Romildes de Meirelles
(Soneto do livro ENTARDECER)



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