A tua imagem, querida,
eu guardo nos meus refolhos!
Ao terminar minha vida
hei de levá-la em meus olhos!...
Quando eu morrer, dispensarei lamento,
não quero ir triste para a cova fria,
quero levar, comigo, a voz do vento
cantando versos cheios de harmonia.
Quero que tenha, o meu sepultamento,
mulheres, vinhos, risos e alegria,
nada de choro nem de hipocrisia,
tristezas falsas em meu passamento!...
Porém quando você, mulher querida,
cerrar meus olhos frios, já sem vida
para a final partida deste mundo,
note bem uma coisa singular:
repare que em meu derradeiro olhar
seu vulto ficou preso lá no fundo!...
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)
Nenhum comentário:
Postar um comentário