sábado, 9 de julho de 2016

A Vela





















Quisera ser como o círio
que para todos reluz:
quero ao morrer, num delírio,
transformar meu corpo em luz!...




         Para Moacir Sacramento (*)

Uma pequena vela... ó que lição bonita
esta modesta luz, nos traz, bruxuleante!
Feita em cera, envolvendo uns poucos fios, crepita
com fraca luz que brilha apenas breve instante.

Dura bem pouco... a vela está agonizante!
A luz tremeluzente enfraquece e se agita.
Seu viver é fugaz... logo queima o barbante,
acaba a cera... e está sua vida finita.

Em pouco tempo deu, o círio, a breve vida
pela luz. Tudo findo! A missão foi cumprida.
A alaranjada chama agora não reluz...

Como invejo, meu Deus, o destino da vela!
Quisera fosse igual o meu fadário ao dela:
ver todo o corpo meu se transformar em luz!...



Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)


(*) - Moacir Sacramento, o poeta MOA, é o autor do poema intitulado "A Vela", de onde tirei inspiração para compor o soneto acima.
                                            (Romildes de Meirelles)


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