quarta-feira, 13 de julho de 2016

As Dores do Mundo




















Quando imerso em nostalgia
pressinto no olhar o pranto,
eu me amparo na poesia
e em vez de chorar... eu canto


Vivo errando neste mundo
- barco navegando a esmo -
com sentimento profundo
de ausência de mim mesmo.



Às vezes, quando imerso em nostalgia
pressinto no olhar o amargo pranto,
busco o arrimo seguro da poesia,
enxugo os olhos e feliz eu canto.

Mas quando a noite é tenebrosa e fria
e eu me agasalho sob um quente manto,
penso que passa, para meu espanto,
em minha rua uma criança esguia,

magra, despida, a tiritar de frio,
vejo um futuro tétrico e sombrio
para nosso universo morimbundo

e sinto na alma tantos amargores,
que até penso, que herdei todas as dores
que existem espalhadas pelo mundo


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)

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