quinta-feira, 14 de julho de 2016

Cego





















Como é triste o fim da tarde!...
ouvir repicar o sino
envolve a alma em um ar de
amor místico e divino.



Não queira conhecer o sofrimento
daquele que não vê. É uma tortura
imaginar a cor na mente escura
que vê o mundo apenas pardacento.

Não poder enxergar, do firmamento,
o passeio do sol, na curvatura,
nem o brilho da estrela que fulgura
ou a beleza do sol no nascimento.

Já que não posso ver com precisão,
pois vou ficando aos poucos sem visão,
eu fico ouvindo o murmurar das cores

e na triste renúncia desta vida,
escuto na minha alma dolorida
o silencioso renascer das flores.


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)


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