segunda-feira, 30 de maio de 2016

O Pássaro e Eu
























Numa gaiola encerrado
um passarinho tristonho
qual poeta enclausurado
na gaiola de seu sonho.


Preso à gaiola um pobre passarinho
entoa em trinos linda melodia.
Seu canto é triste, cheio de agonia,
são lembranças do espaço, a mata e o ninho!

Mas ele canta ali, mesmo sozinho,
sua tristeza e sua nostalgia
e em breves notas tece a sinfonia
que suave se espalha no caminho.

Como poeta eu sou igual às aves
se canto meu amor em tons suaves
ou canto minha vida em tons tristonhos.

Qual o pássaro estou amargurado,
pois vivo igual a ele enclausurado,
preso à gaiola de meus próprios sonhos.



Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)

HELENA: TERNURA E MELHOR AMIGA



















Eu cheguei à conclusão
que te amo com tanto ardor,
que é pequeno o coração
para conter tanto amor.

O amor que tenho a ti, minha querida,
guardá-lo não consigo no meu peito.
É amor sincero, para toda a vida
e que a nenhuma lei está sujeito.

É a explosão de minha alma embevecida
que se vê neste amor quase perfeito;
são lembranças de vida já vivida
são sobras da paixão em nosso leito

que fazem te adorar como te adoro;
por isto, quando rezo a Deus, imploro
pra que Ele guarde amor tão verdadeiro.

É tão grande este amor que te dedico
que pra guardá-lo, imaginando eu fico,
é pequeno até mesmo o mundo inteiro.





TERNURA





Nosso amor, minha querida,
fez-me a vida extraordinária
Vida a dois, por nós vivida,
hoje já sexagenária.


Quando sentados no sofá da sala
e minha mão a tua mão procura,
em eterno carinho que perdura
e que o passar dos anos não abala;

há nesta hora uma paz tão doce e pura
que em torno de nós dois tudo se cala.
Eu me ponho em silêncio a acariciá-la
num misto de paixão e de ternura.

Passam-se dias, meses, passam anos
e nós vamos vencendo os desenganos
e escolhos que encontramos pela vida.

E unindo minha mão à tua mão
uno, também, ao teu meu coração,
tornando a vida mais apetecida.



MELHOR AMIGA




Nossos destinos um dia
se cruzaram, desde então
somente existe alegria
dentro do meu coração


Disse-me alguém: “Mulher é penitência”...
Para muitos é grande desventura.
Outros pensam que é fonte de tortura,
de dores e pesares na existência...

Muitos que julgam ter experiência
em mulher só encontram amargura!...
Eu me sinto feliz!... tive a ventura
de te encontrar em plena adolescência.

Trouxeste para mim felicidade,
pois, és um anjo cheio de bondade,
que tornou minha vida apetecida!

Pra nossos filhos foste boa mãe,
és para mim a meiga esposa, irmã e
melhor amiga que encontrei na vida!


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Dia de Festa






















Hoje é teu aniversário,
o dia encheu-se de cores.
Dou-te um brinde extraordinário:
Meus versos quais fossem flores!


Hoje o dia surgiu esplendoroso,
mais claro, a natureza mais serena,
manhã mais fresca e a brisa mais amena,
o sol mais quente, e belo, e radioso.

A Natureza, de beleza plena,
tinha um ar, tinha um quê misterioso.
Suave canto, alegre e harmonioso
de passarinhos, completava a cena.

Perdido em meio de beleza tanta
nessa manhã que a todo mundo encanta
descobri o motivo extraordinário:

É que Deus enfeitou a Natureza
e colocou em tudo mais beleza
comemorando o seu aniversário.


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)



Após uma noite de amor




















Ah!... Se eu fosse um passarinho
eu não teria receios
de construir o meu ninho
bem na curva dos teus seios.



Ao te ver nua, sem qualquer pudor
sobre os lençóis da cama ainda quente,
volta a crescer em mim desejo ardente
de acarinhar teu corpo com ardor

e de querer beijar tua boca em flor,
acariciar teu colo docemente,
tocar tua alva pele reluzente
sentindo em minhas mãos o seu calor.

Porém após a noite que passamos
e o quanto, meu amor, nós nos amamos
deixo que meu desejo se concentre

em olhar os teus seios maviosos,
e meus sentidos percam-se ansiosos
na ondulante paisagem de teu ventre.


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)