sábado, 23 de julho de 2016

Consolo


Romildes de Meirelles

Após perder com minha mocidade
todo o vigor no decorrer dos anos;
após desgostos mil, mil desenganos,
sempre enfrentando a dura realidade;

após sentir o acúleo da maldade
de amigos falsos, estes vis ciganos.
trago hoje, guardada nos arcanos
da mente, a dor cruel da adversidade.

Nem tenho mais o alívio de meu pranto,
pois já o sequei depois de chorar tanto,
vivendo sempre em triste nostalgia.

Hoje, porém, eu tenho um outro bem:
além de estar em paz, tenho também
comigo o dom de inda fazer poesia.

Autoria: Romildes de Meirelles
(Soneto do livro ENTARDECER)



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