APRESENTAÇÃO
Por Romilson França de Meirelles (filho)
É com muita honra e orgulho que deixo aqui estas palavras sobre Romildes de Meirelles.
Este homem, bisavô, avô, meu pai e melhor amigo, que eu tanto admiro, com suas virtudes, seus defeitos e limitações. Este homem com olhar de menino, sempre atento e pronto a me mostrar a vida, os bons caminhos dos que se abriam à minha frente.
Este mestre do soneto, poeta e trovador, contador de histórias que traz em seu coração tanta ternura e tantas lembranças, e quando declamando, faz fluir por seus poros toda a sensibilidade da alma.
Este homem poeta , que em sua poesia se expressa de uma forma bem simples e clara. Poeta do amor, da tristeza, da realidade, dos sonhos, das noites, dos céus, dos mares e principalmente da vida.
Este homem sonhador, realista, tímido, extravagante, intelectual ou apenas apaixonado pela vida, quem sabe ainda querendo amar e ser amado.
No seu abraço aconchegante, me vi por várias vezes acolhido e aconselhado, e aprendi muitas lições.
Hoje deixo aqui meu reconhecimento e gratidão por todo o amor, a orientação e apoio que dele recebi em minha trajetória de lutas, esperanças e sonhos.
Romilson França de Meirelles
DEDICATÓRIA
(pelo autor, Romildes de Meirelles)
Dedico este livro às mulheres que me amaram e que eu amei em minha vida: Alice Vianna de Meirelles que mesmo antes do meu nascimento amava-me com todas as fibras de seu ser. Foi ela que com seus desvelos e carinhos, com seus afagos e conselhos fez de mim o homem que sou hoje. Esta Santa mulher, mais santa que mulher, foi minha adorada e saudosa mãe.
Romilda, Romilce e Romilta, minhas queridas irmãs, acompanharam minha infância amando-me, enchendo-me de cuidados, carinhos e amor.
HELENA, aquela que foi o amor de minha vida, que por 65 anos demonstrou cada vez mais o grande amor que por mim sentia.
Fernanda e Carla, netas que vieram florir o outono da minha vida e alegrar a minha existência.
Romildes de Meirelles
CONVITE DE LANÇAMENTO
LIVRO ENTARDECER,
de Romildes de Meirelles
(clique e aguarde a abertura das páginas)
PREFÁCIO
Wanda
Santana
“Os
versos que agora faço
ora
alegres ou tristonhos
são
de minha alma um pedaço
Ou
pedaços de meus sonhos.”
(Romildes
de Meirelles)
Quem
é Romildes de Meirelles? É um artífice do Soneto.
Seus
poemas, trovas e sonetos representam a forma e o estilo de
sua escrita, assim como pode afirmar o epígrafe. O livro que lhes
apresento – SONETOS, TROVAS E OUTROS POEMAS -,
revelará com sutilezas as marcas de uma longa trajetória dedicada
ao cenário poético. Acrescente-se aí, que, para além da
existência humana do poeta, está a vivência de sua larga experiência,
contando-nos a gnose de um tempo, refletindo a Poíesis
do cotidiano carregada de questões temáticas: amor, saudade,
vida e morte, flores e jardins, mulher e musa de inspiração,
mas tendo como pano de fundo, a natureza. Trata-se de um
livro de 110 sonetos escritos numa estreita relação com a
literatura, onde o autor dialoga com os textos toda a sua convivência,
mostrando-nos características norteadoras do objeto
da arte da escrita. Em outras palavras, Meirelles tem na ação
do fazer o domínio da arte de seu ofício.
Ao
rastrear a escrita poética, em busca do conteúdo, encontram-se
as palavras que são evidências textuais: amor, por
exemplo, é uma palavra que não se desgasta, até mesmo quando
há exagero em seu uso. O que não é o caso do nosso autor.
O amor aparece aqui num sensualismo delicado, porém numa
espécie de evocação de sua doutrina. E numa invocação amorosa,
atributos lhe concedem sua musa Helena: “O amor que
tenho a ti, minha querida, guarda-lo não consigo no meu peito./
É amor sincero, para toda a vida e que a nenhuma lei está sujeito.”
Poderá existir um processo de dedicação amorosa sem palavras
poéticas?
O ato
de professar a poesia exige, além do saber adquirido,
o saber intuído e um certo comprometimento emocional
com a escrita. Portanto, manejar as palavras exige arte.
E a palavra natureza, marca de evidência, consagra o instante
para além do belo e nos remete a momentos análogos como
em a rosa que é flor e que nos encanta aos olhos e aos sentidos
e, num outro momento, a rosa no sentido personificado em
mulher: “Num florido jardim te vi um dia/ entre cravos e rosas
multicores, / eras mais uma flor entre outras flores, / a mais cheia
de graça e louçania.” As palavras emprestam ao texto toda a
imagem contida em sua alma – ao poeta, cabe manipulá-las; ao
leitor apenas desvendá-las. Os matizes do elogio amoroso em
Meirelles, revestem-se de tons e ritmos e vão compondo a escrita
dos sonetos no mesmo instante em que são reveladoras de um
quase romance estilonovista.
Por
que sonetos ainda atraem um público de leitores tão especiais?
Uma breve investigação sobre a História do Soneto (Sonetário
Brasileiro,) e segundo Élson Fróes, o soneto sobreviveu
à revolução modernista, prestando-se às novas experiências.
E sendo esse gênero literário realmente tão resistente ao
tempo, qual será a magia que se esconde em sua filigrana? Certamente,
a reinvenção da dialética, novos processos de articulação
semântica e algumas interferências utópicas; porém, seguindo
os mesmos métodos e formas, continuarão pontuando o
presente cultural numa conexão com o passado dialetizado, mas
realçando nessas ações combinatórias o prazer de investir a
inspiração na obra de arte. E Meirelles é um desses investidores.
Os
sonetos aqui compostos falam de vida, de morte, entre
outras antíteses. Unindo tons melancólicos aos aspectos circunstanciais,
constroem o objeto de desejo do discurso. Portanto,
para o autor, a construção se faz no cantar a dor em verso,
rimar a dor com os elementos do discurso, limá-la até adquirir-se
a forma ideal. E, neste processo, justifica-se a intenção de
total realização. Meirelles engendra as palavras com sua métrica,
engravida-as de sentidos por intuir, aceita o conhecimento
do novo porque soube alicerçar-se nos modelos clássicos.
Assim, da influência de um Petrarca surge a ponte que o
leva a um Sá de Miranda. Dono de um desejo insaciado, navega em
águas lusitanas, revisitando ilhas camonianas...
E continua a viagem.
Fronteiras são ultrapassadas e seus versos ancoram em forma
de sonetos, trovas e poemas, numa lírica à brasileira. O ato
de criação não se dá por acaso. Há que se ter um saber
sedimentado cognitivamente. Por isso a escrita guarda uma relação
intencional e pode até ser, em alguns casos, inconsciente. Para
exemplificar tal abstração, trago à lembrança o histórico trabalho
de arte de Michelangelo sobre a escultura Moisés. O criador
da Cúpula da Capela Sistina foi além do aperfeiçoamento de
auto-realização ao dominar com rigor a anatomia humana, talhando
e revelando as potencialidades expressivas de pedra.
Assim
sendo, a imagem adquire expressão. O escultor, logo após terminar
sua obra de arte, denominada Moisés, teve uma crise de
alucinação e começou a martelar a estátua num tom alucinante, gritando:
“Fala! Fala!”. Nessa
perspectiva, a obra de arte já não é só uma metáfora
de representação simbólica. O objeto de observação ganha
status de emoção. Assim como nos remete à memória, o soneto
de Meirelles, intitulado “A Escultura”: “Moldando no granito
uma figura/ de mulher. Logo a perfeição surgia/ em tudo, desde
o rosto até a postura/ Tudo perfeito!... A estátua resplendia/Conclusa
a obra, em atitude insana/- O que lhe falta para ser humana?/
Pergunta o jovem, pálido escultor./ Do seio duro e frio
do granito:/ brotou uma voz, como um tristonho grito!/ - Pra ser
humana inda me falta o Amor!”
Nada
escapa à intenção do artista, até mesmo quando este
empresta uma voz ao texto. O poeta Meirelles ousa parodiar a
história. Um recorte no discurso cede à analogia um registro
em que se percebe o ato intencional. Nesse pressuposto, o
autor Meirelles, com base na obra de Michelangelo, atrela à história
da estátua de Moisés seu discurso poético. Nessa articulação
de sentido, a linguagem é ponte significante: a estátua de
granito, dura e fria, ganha voz e fala. Assim, o autor transpõe para
o seu soneto a inferência desse remanejar, recriação textual da
cena. Aqui o sentido da história origina-se pela antítese de “O
Moisés” de Michelangelo, onde a estátua não fala; enquanto em seu
soneto, “A Escultura”, a estátua fala. Ela exerce o contrário
da metáfora do silêncio e, então, responde: Pra ser humana
inda me falta o Amor.
Aí
encontra-se Romildes de Meirelles. Amigo leitor, creio não
ter desvelado o sentido de cada palavra, só para deixá-lo com o
sentido da descoberta. Creio sim, que se porventura eu tivesse
em minhas mãos o poder e o segredo de descortinar as paisagens
outonais de cada texto, não sobraria à expectativa do leitor
o sabor da aventura. Leia-o...
(Fontnotes)
¹ Sonetário
Brasileiro-http://planeta.terra.com.br/arte/PopBox/
Sonetário
Para Meirelles
Pediste algo bonito escrito
só pra você
como cantar um poeta que ama
que sofre
encanta ao cantar estrelas,
flores, amor?
Pediste algo bonito como
bonito é você
poeta cantando em rimas
a beleza
da menina e o quente
calor da mulher.
Não posso falar bonito
e fica difícil escrever
uma poesia sublime
que cante, em versos, VOCÊ!
Revendo meus primeiros cadernos de poesia encontrei este poemeto, escrito nos bons tempos da fundação da Casa do Poeta. Hoje a tarefa é mais difícil – escrever sobre Entardecer.
Seria mais difícil se fosse tentar analisar seus belos poemas, sonetos e trovas, mas se eu deixar falar o coração, a tarefa se descomplica. A poesia de Meirelles revela o próprio Meirelles. Inteligência brilhante, satírica, crítica e sensível. Emoção à flor da pele, permitindo lágrimas, suspiros, sorrisos, risos e gargalhadas daqueles que o ouvem declamar. Memória capaz de nos deixar boquiabertos, pois mesmo não sendo tão jovem é capaz de declamar longos poemas, quer de sua autoria ou de outrem.
Vaidoso, sim, Meirelles é vaidoso, Mas sua vaidade acaba não incomodando, na medida em que ele é capaz de tocar nossas emoções com seus poemas de amor ou nos fazer chorar de rir com suas trovas irreverentes. Boa praça, não existe um termo mais erudito para definir este aspecto de sua personalidade; Meirelles é boa praça por esquecer desavenças, superar problemas, abraçar seus amigos com carinho, dar o bom exemplo de transformar cada uma das perdas impostas pela vida – em seu caso foram muitas – em mais poesia, gerando novas lágrimas e novos risos de seus ouvintes. Leiam De Repente,, na página 57 deste livro, e compreenderão melhor o que tento dizer.
Poderia dizer que é uma honra ter sido convidada a escrever as orelhas deste livro, prefiro dizer que é uma alegria. Alegria de saber que a magnífica obra deste poeta estará, finalmente, publicada. Que Romildes de Meirelles tem seu lugar garantido nas prateleiras da Biblioteca Nacional e na mesinha de cabeceira de tantos que, como eu, apreciam seu trabalho. Alegria por ter agora a certeza de que seus belos poemas sobreviverão a todos nós, podendo atingir gerações futuras, que terão a mesma oportunidade que estamos tendo agora. Se “... a mão da noite embrulha o entardecer” as páginas deste livro fazem a poesia amanhecer.
Glenda Maier
Poeta e Jornalista
OPINIÃO DOS LEITORES
ANTONIO G. CERQUEIRA LIMA
A
irreverência é o ponto marcante deste sonetista e trovador
de nossa terra, como se viu em Sonetos Fesceninos livro
editado há três anos. Poeta nato que desenvolve o seu trabalho
com tal dignidade que se permite ao luxo de dispensar o uso
do dicionário à procura de palavras novas para melhor ilustrar
o seu dizer.
Fiz
questão de usar o duplo sentido ao iniciar minhas apreciações
sobre a obra de Romildes de Meirelles, por ser o retrato
fiel do poeta, soteropolitano por nascença, baiano por amor
à camisa. E lá conviveu com baianos de sua cepa como Tute
Celestino, Gilberto Baraúna e outros, tão expressivos quanto o
próprio. Trouxe
da Bahia o lamento do nordestino sofrido com o chão
estorricado e seco que o faz construir sua poesia alicerçada na
batida firme e compassada de seu coração, reflexo de sua alma
questionadora e intranqüila. Viajante das estradas salpicadas de
bem-me-quer e olorizadas pela madressilva, sem dispensar, todavia,
a rosa, flor das mesas mais nobres, caminha o velho nordestino
ao encontro de seu horizonte tendo sempre a seu lado,
Helena, esposa dedicada e amiga, fonte permanente de inspiração.
O
trabalho desenvolvido pelo poeta, merece de todos os
que têm a felicidade de o ler, grande admiração e respeito. Na
página da esquerda uma trova alusiva ao soneto da página da
direita e todos tratando de assunto de especial relevância. Começa
questionando o aborto. E, de imediato, parece nos apresentar
sua biografia em “Meu Canto” que serve de cartão de
visita para todo aquele que tiver a sorte de ler “Trovas, Sonetos
e Outros Poemas.” E quanto mais o leitor caminha por
suas páginas, navega em mares de águas calmas que se transformam
em ondas caudalosas surpreendendo mesmo os mais
prevenidos. Com “Deus Brasileiro?!” e “A Árvore”, dá um
fecho de ouro à sua criação, transformando-se em um poeta maior.
Também, o que se poderia esperar de um poeta da terra de
Castro Alves, cujo veio poético nos presenteou com “Vozes D’África”
e “Navio Negreiro”?
A
obra que agora chega às suas mãos, querido leitor, é para
ser lida muitas vezes e aplaudida de pé, pelos apreciadores da
bela arte de poetar.
EUNICE KHOURY PACELLI
Ao
ler Romildes de Meirelles crescem os aplausos que nos
saem da alma, manifestando-se, principalmente, no brilho dos
nossos olhos. Tudo é belo e perfeito: a poesia, a trova, o poema.
Criação primorosa, sonetos e poemas vêm precedidos de
uma trova, esta a conter o sumo de suas mensagens. Profundo e
esmerado burilador de palavras, o autor tem muito a nos legar e,
generoso, não guarda seus tesouros para si. Graças a Deus e às
musas poéticas, ele já nos cativou com diversas preciosidades,inclusive
o livro em que nos ensina a construir o soneto: Soneto –
como faze-lo, esclarecendo sua origem, criadores, estrutura, métrica,
ritmo e rima (2001).
Ao
longo da obra, colhemos o seu desejo de transformar em
realidade, a felícia para cada ser. Se pudesse, Meirelles aboliria todos
os males e injustiças que acinzentam o orbe. Ele parece sofrer
em cada consternação que desponta à sua volta; desde o feto
indefeso, como revelam a trova e o soneto “Aborto” – “Não me
mates, mãezinha, por favor, deixa eu nascer, sou fruto de um amor”
-, em cada circunstância que assola o viver, até os fardos pesados
que se arrojam sobre a velhice. Eis o seu anseio: curar cada
carência de todos seres.
A
beleza é apreendida em suas múltiplas formas. Poeta, transformado
em menestrel de todas as artes, torna-se músico, pela
métrica e harmonia; escultor, pela rigidez e maravilha das formas;
pintor, pela interpretação pictórica dos momentos captados
e transformados em telas multicores. Quem não se sensibilizaria
com a visão em chamas da meiga e bela Maria Fernanda
Cândido? (p.35) Lembro-me deste encontro. Premiado
pelo sorriso e doçura da belíssima (seria a Esmeralda de
Victor Hugo?), Romildes, no dia seguinte, recitara-me a poesia,
deslumbrado com a dádiva da véspera.
O
amor, sempre presente, mostra-se fecundo, total, certo e
seguro, junto à sua musa Helena, verdadeira beleza grega, que o
acompanha, há mais de sessenta anos, serena, amiga de todas as
horas: “Teu retrato”, e tantos outros sonetos e trovas, dão-nos uma
versão cinematográfica e palpável, desta companheira, esposa,
mãe e Musa. Todo
e qualquer sofrimento, na lida de sua longa vida, esmorecem
diante de Helena, berço pleno de amor. Aliás,
Amor é uma palavra semeada em todos os cenários papíreos
do autor. Com o Amor, este sentimento magno, gostaria, o
barbo, de orvalhar o orbe. E o Amor maior surge com a compreensão
do verdadeiro “Amigo”, Jesus de Nazareth.
Romildes
de Meirelles, um sonetista perficiente, abre-nos seu
coração com palavras simples, mostrando-nos a vida que
prolificava, imersa em suas múltiplas colméias, trazendo-nos, seja
a doçura, sejam as aguilhoadas recebidas ou percebidas na
dor alheia. Tudo é reportado.
Há um
tanto de dor a ensombrar os versos do poeta. A vida
se esvai e ele não conseguiu objetivar o seu intento, o de aperfeiçoar
e embelezar o mundo. Suas palavras nos tocam, nos
marcam, mas suas lágrimas não ousaram abluir o universo.
Romildes
teme partir sem efetivar o seu anelo, que considera asua
missão: espalhar a felicidade, mundo afora. Mas
as sombras não se eternizam. A luz se faz na sua sensibilidade
que aflora a cada verso, enflorando nossos pensamentos.
Assim, a emoção de uma criança a sorrir:”O riso da
criança”, p.41.
E
como é agradável visitar os seus jardins – reais e imaginários
– onde a alegria repete os poemas do poeta... Leiam-se a
trova e o respectivo soneto “Em um jardim”: “Quando te vi, tão
radiosa, sorrindo com tal meiguice, pensei no riso da rosa, se
acaso a rosa sorrisse.”
Neste
livro, se Meirelles não conseguiu extirpar a dor da injustiça,
pelo menos nos leva à estrada do Éden. Todas as árvores,
flores, todos os pássaros amados e os animais são focados.
Porém, o Éden tem suas portas abertas, e de lá se avista
um mundo sob grades. O pássaro canta; Romildes nos encanta.
O pássaro sofre a usurpada liberdade; Romildes, como o
pássaro, sente-se enclausurado, preso à gaiola dos próprios sonhos. Esta
visão da natura absoluta requer a paz e a felicidade dos
seres e se apresenta como o Bem a ofuscar e a afastar o Mal e
a Miséria: “Façamos nossos versos, como a espada da justiça,
da lâmina afiada. Não cantemos somente nosso amor, nosso
prazer ou a natureza em flor. Lutemos contra o mal...” Enseja
ele, enfim, que o canto seja o nosso estandarte; as armas, a
arte; e que nossos versos sejam a nossa bandeira.
Romildes
semeou sonhos, amor, poesia; embelezou recantos
sombrios, desilusões, descaminhos; lavrou a terra sáfara, e,
com as suas poesias, tem regado os nossos momentos, os de agora
e os que se eternizarão.
Amigo
Romildes, podes ter a certeza, sei que em muitos, tu plantaste
a beleza; sei que em mim, esta safra, e as árvores plantadas,
serão sempre irrigadas com o afago suave e amigo da
tua terna e eterna lembrança.
Obrigada.
GLADIS LACERDA
Ao
poeta-amigo ROMILDES MEIRELLES
Sou-lhe
grata pela honra que me concede de apreciar, antecipadamente,
seu próximo livro “Sonetos, Trovas e outros Poemas”.
Não
me causou surpresa nem espanto ver os magníficos sonetos
nele contidos nem quanto aos poemas e trovas, porque, conhecendo
sua obra, eu já o tinha como um dos maiores poetas de
nossa literatura.
A
sublime e encantadora poesia que emerge de seus versos
espontâneos e sinceros revelam o grande poeta da literatura
brasileira através de sua emocionante arte. Do
lírico ao dramático percorre todas as gamas, envolve todos
os tons, abrange todas as nuances que vão da trova despretensiosa
aos alexandrinos portentosos usando rara maestria de
metáforas e símbolos.
Após
ler as maravilhas que me foram apresentadas quedei-me
a cismar e cheguei à conclusão de que só poderiam brotar
da alma daqueles ungidos que entesouram em seus corações,
corações simples e puros, o amor e a esperança. Este livro
é uma alma exposta. É sua alma em doação lírica, na coragem
da forma eterna, que os modismos combatem mas não matam.
Seus
versos são de uma singular fluência, de profunda harmonia,
impregnados da mais delicada ternura.
É um
livro digno de figurar, entre os melhores de todos os
tempos, na estante da literatura nacional tão carente, hoje, da verdadeira
Poesia.
Bem
haja o inspirado vate que tanto bem e tanto regozijo proporciona
àqueles que como eu têm a dita de fruir as primícias de
seus versos e a quem muito me apraz aqui deixar o penhor do
meu reconhecimento e meus mais calorosos cumprimentos fazendo
votos que as Musas continuem a inspirá-lo e assim os versos
continuem a brotar de seu coração.
INVERNO
DE 2007
Gladis
Lacerda
FÁTIMA PARENTE
Falar
da poesia do poeta Romildes Meirelles, é uma tarefa árdua
para quem, como eu, foi sua sempre admiradora, e a exemplo
de muitos, uma fiel aluna.
Os
sonetos e trovas de Romildes Meirelles, são um grito de
amor! Transpira em toda sua poesia a veneração que tem a sua
esposa, a doce Helena que à sessenta anos acompanha e motiva
sua inspiração. Um amor assim nos faz pensar que a vida vale
a pena. Um exemplo de dualidades e afins.
O que
tenho a dizer deste poeta que me dá a honra de ser
sua amiga é que Romildes Meirelles é um farol na poesia a iluminar
o caminho de seus afetos.
Todos
os sonetos e trovas são um primor, nos enlevam e comovem..
Deus
em sua infinita bondade o faça brilhar na galeria dos
grandes imortais e astros da Literatura Brasileira.
NILTON SILVA
Lendo o livro de Romildes de Meirelles encontro sonetos como "Tua Carta", "A Vela", "Entardecer" e tantos outros que enriquecem a arte desse notável escritor e poeta. Vejamos um quarteto:
"A tarde cai. Num gesto de agonia
o céu se tinge de vermelho vivo...
passa voando um pássaro furtivo
em busca do seu ninho. É o fim do dia..."
Eis a pintura que o poeta apresenta do entardecer. Em "Ocaso":
"... que és um ser descartável e minúsculo
não mostres a este mundo indiferente
o iminente chegar do teu crepúsculo"
Romildes de Meirelles escreveu o poema "A Árvore", belo e notável escrito, certo dia, num quadro em uma casa comercial da Avenida Paulista, em São Paulo, pude notar a beleza dos seus versos, é obra antológica. Seu soneto "Aborto" ouvi numa emissora de Rádio em Campo, Rio de Janeiro. Vemos assim que a elevada poesia desse artista da bela palavra tem viajado pelo país afora. Suas trovas ouvi recitadas em Cachoeiro do Itapemirim. Exemplo:
"A escuridão se acentua
Veste a noite seu capuz
No manto da noite a lua
Faz um buraco de luz"
A obra poética de Romildes de Meirelles merece ser lida, estudada e difundida por ser bela, grandiosa, eloquënte e reveladora de uma arte que supera e sobrevive ao desgaste e à passagem do tempo, da vida e do amor.
Nilton Silva
Da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, abril de 2008.
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