Numa gaiola encerrado
um passarinho tristonho
qual poeta enclausurado
na gaiola de seu sonho.
Preso à gaiola um pobre passarinho
entoa em trinos linda melodia.
Seu canto é triste, cheio de agonia,
são lembranças do espaço, a mata e o ninho!
Mas ele canta ali, mesmo sozinho,
sua tristeza e sua nostalgia
e em breves notas tece a sinfonia
que suave se espalha no caminho.
Como poeta eu sou igual às aves
se canto meu amor em tons suaves
ou canto minha vida em tons tristonhos.
Qual o pássaro estou amargurado,
pois vivo igual a ele enclausurado,
preso à gaiola de meus próprios sonhos.
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)
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