Eu que pensei não mais poder amar,
não mais sonhar, nem ter mais ilusão;
perdida a calma e tendo a alma presa
na atroz tristeza do meu coração;
eu que pensei de amar ter esquecido,
por ter sofrido grandes dissabores,
eu que hoje vivo imerso em nostalgia
na noite fria dos meus amargores;
eu que perdi o gosto pela vida,
eu que perdida vejo a mocidade,
eu que da morte sinto o frio bafejo.
como um ensejo de ir p’ra eternidade;
eis que uma chama tênue e imprecisa,
como uma brisa no meu peito, ateia
sob as cinzas do amor nova paixão
e o coração de novo se incendeia.
É que um simples riso de criança
trouxe esperança ao coração dorido,
fazendo-me esquecer de toda a dor,
trazendo o amor ao coração ferido.
Agora eu vivo alegre e satisfeito,
trago no peito o coração risonho,
hoje liberto de sua grande dor
por este amor que mais parece um sonho.
Autoria: Romildes de Meirelles
(Poema do livro ENTARDECER)
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