Delírio

Pintura de CLAUDE THÉBERGE

Morre a noite, nasce o dia

e eu contemplo apaixonado

a beleza que irradia

o teu corpo ali deitado

Ao te ver nua, sem qualquer pudor
sobre os lençóis da cama ainda quente
volta a crescer em mim desejo ardente
de acarinhar teu corpo sedutor;

volto a querer beijar tua boca em flor,
acariciar teu colo docemente,
tocar tua alva pele reluzente
sentindo em minhas mãos o teu calor.

Porém após a noite que passamos
e o quanto, meu amor, nós nos amamos
deixo que meu desejo se concentre

em olhar os teus seios maviosos,
e meus sentidos percam-se ansiosos
na ondulante paisagem de teu ventre.



Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)