quinta-feira, 28 de julho de 2016

Tão Só




Estou chegando ao fim desta triste jornada
e encontrando-me só, sem ter mais ambições,
vejo postas por terra as minhas ilusões
e tudo o mais que amei nesta árdua caminhada.

Os amores que eu tive, as ardentes paixões,
os meus sonhos de amor, as amantes e cada
prazer, tudo acabado ao final desta estrada.
É triste ver, por fim, nossas desilusões.

Eu vivo abandonado, acabrunhado e só,
tão desprezado, velho e pobre como Jó,
vivendo qual um barco a navegar a esmo.

Mas, apesar de tudo, eu trilho o meu caminho
carregando essa cruz!... e sigo tão sozinho,
tão só, que sinto até a ausência de mim mesmo!..



Autoria: Romildes de Meirelles
(Soneto do livro ENTARDECER)





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