Quisera ser como o círio
que para todos reluz:
quero ao morrer, num delírio,
transformar meu corpo em luz!...
Para Moacir Sacramento (*)
Uma pequena vela... ó que lição bonita
esta modesta luz, nos traz, bruxuleante!
Feita em cera, envolvendo uns poucos fios, crepita
com fraca luz que brilha apenas breve instante.
Dura bem pouco... a vela está agonizante!
A luz tremeluzente enfraquece e se agita.
Seu viver é fugaz... logo queima o barbante,
acaba a cera... e está sua vida finita.
Em pouco tempo deu, o círio, a breve vida
pela luz. Tudo findo! A missão foi cumprida.
A alaranjada chama agora não reluz...
Como invejo, meu Deus, o destino da vela!
Quisera fosse igual o meu fadário ao dela:
ver todo o corpo meu se transformar em luz!...
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)
(*) - Moacir Sacramento, o poeta MOA, é o autor do poema intitulado "A Vela", de onde tirei inspiração para compor o soneto acima.
(Romildes de Meirelles)
(*) - Moacir Sacramento, o poeta MOA, é o autor do poema intitulado "A Vela", de onde tirei inspiração para compor o soneto acima.
(Romildes de Meirelles)