sábado, 9 de julho de 2016

















Perdi todos os abrigos,
em que eu me amparava aqui
perdi os meus bons amigos,
té minha sombra perdi.



Sigo da vida este áspero caminho
da meta que o destino me traçou.
Entre os escolhos, palmilhando vou,
pisando em pedras, cardos e em espinho.

Quase no fim da estrada agreste, sou
o anacoreta que ficou sozinho,
sem parentes e amigos. Que restou
de quem, a muitos, deu tanto carinho?

Só este vulto pálido e encurvado
que hoje se encontra só e abandonado
entregue à sorte negra, má, falaz.

Já se fecharam todos os abrigos,
eu sigo só sem encontrar amigos...
...té minha sombra não me segue mais!


Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)


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