Perdi todos os abrigos,
em que eu me amparava aqui
perdi os meus bons amigos,
té minha sombra perdi.
Sigo da vida este áspero caminho
da meta que o destino me traçou.
Entre os escolhos, palmilhando vou,
pisando em pedras, cardos e em espinho.
Quase no fim da estrada agreste, sou
o anacoreta que ficou sozinho,
sem parentes e amigos. Que restou
de quem, a muitos, deu tanto carinho?
Só este vulto pálido e encurvado
que hoje se encontra só e abandonado
entregue à sorte negra, má, falaz.
Já se fecharam todos os abrigos,
eu sigo só sem encontrar amigos...
...té minha sombra não me segue mais!
Autoria: Romildes de Meirelles
(Trova e soneto do livro ENTARDECER)
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